quarta-feira, 17 de abril de 2013

Câmara debate erradicação de árvores


Foto: Agnaldo Leonel

Movido por requerimentos de colegas que pedem a erradicação de árvores na cidade, o vereador Jurandir Liberal (PT) abriu um debate sobre a questão. Lembrou que já pediu de outras vezes para que o pedido fosse retirado da votação. Ele argumenta que o Recife sofre com a falta de árvores e a retirada delas em função da especulação imobiliária. Citou o casoda avenida Conselheiro Aguiar em Boa Viagem, onde não há mais quase nenhuma árvore.
Jurandir Liberal lembrou ainda que companhias como a Celpe podam árvores de forma a retirar toda a sua folhagem para proteger a fiação. Sugeriu que a prefeitura trabalhe no sentido de embutir a fiação e assim evitar que as árvores sejam podadas dessa forma. Argumentou que os novos edifícios construídos erradicam cada vez mais, maior número de árvores. “Recife tem um quarto de árvores a menos do que Porto Alegre. Aqui na Cãmara estamos trabalhando para também erradicar árvores. São pequenos exemplos que podem evitar a erradicação geral das árvores da cidade. Vou cerrar fileiras aos requerimentos com pedidos de erradicação de árvores. É preciso ver se é de fato necessária a erradicação”.
O vereador Eurico Freire (PV) ressaltou que era preciso perceber o quanto a cidade está quente por falta de árvores. “Temos de ter cuidado ao pedir a erradicação. Pedi ao meu gabinete para elaborar um estudo sobre as árvores na cidade antes de solicitar a retirada delas. Sugiro que a secretaria da área faça também um levantamento para saber a real situação dessas árvores”. O vereador lembrou, no entanto, que em alguns casos a erradicação é necessária porque ameaçam casas. Ele acha que seria bom fazer campanhas para esclarecer melhor a população. “No lugar de erradicação poderia constar replantio de árvores”.
Isabella de Roldão (PDT) incentivou Jurandir Liberal a não desistir dessa luta e continuar insistindo na retirada desses requerimentos para diminuir a cultura da erradicação de árvores. “Acho que o termo a ser usado seria realocação de árvores no lugar de erradicação, mudando essa cultura”. Alfredo Santana (PRB) lembrou aos colegas que a Câmara tem assento no Conselho de Meio Ambiente e pode discutir o tema no seio do Conselho. “Há casos de árvores mal plantadas, que podem causar desabamentos, mas apenas erradicar não é solução”.

2 comentários:

  1. Não consigo acreditar que Vereadores da cidade do Recife estejam intencionando erradicar as árvores da cidade. Nunca vi tanta insensatez, sobretudo quando todos falam em aquecimento global, vivenciamos uma seca e a temperatura da cidade está beirando o insuportável. Será que esses senhores sabem que existem pessoas que andam nas ruas, que não possuem casas e carros refrigerados?
    O problema da queda das árvores deve-se à ausência de monitoramento das patologias e, sobretudo, à escassez de água. De fato, os imóveis fronteiros às ruas, antigas residências hoje alugadas para serviços e comércio revestiram os terrenos para melhor conforto dos usuários dos novos equipamentos. Com isso prejudicaram as árvores, cujas raízes dificilmente recebem água e´pior ainda, aumentaram os problemas de drenagem das águas pluviais.
    Cabe sim, à Câmara de Vereadores do Recife discutir tecnicamente os modos de melhor conservação das árvores e drenagem das águas pluviais.

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  2. Será que um simples comentário seria suficiente para elencar todos os prejuízos que as árvores sofrem, resultados da falta de planejamento urbanístico, do precário nível de educação e cidadania do povo (e de seus governantes), do crescimento sem controle urbano e de gestões municipais sem compromisso e sem profissionalismo? Duvido muito, mas tentarei: corte de raízes para ampliação das redes subterrâneas e para modificações no traçado de calçadas e muros; podas realizadas com equipamentos inadequados, por pessoal não habilitado ou, no mínimo, descompromissado;inoperância do controle de qualidade das podas; inexistência de monitoramento, manutenção, tratos culturais e sanitários; replantios (raros) não planejados, com mudas de má qualidade e sem condução; fiscalização incapaz de coibir vandalismo; ação de particulares que colocam o interesse privado acima do público; desrespeito aos espaços coletivos de tráfego de pedestre e convivência; falta de participação e controle social das ações municipais; instrumentos de políticas públicas ineficientes...
    Assim, com ou sem as intervenções dos vereadores que, como era de se esperar, reforçam a crescente degradação do meio urbano, nossas árvores perdem espaço para construções, áreas impermeabilizadas, estúpidas fachadas comerciais, fiação aérea de 4º mundo - e gente aparentemente feliz de morar em uma cidade que se torna, a ritmo acelerado, impossível para as árvores e para as pessoas...

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